sábado, 12 de novembro de 2011

Viagem

01

OLHOS ALHEIOS
Revirando-me em meus pensamentos
Não encontro nenhum lugar onde não fui
O universo em meu ser flui
E, assim sigo juntando os fragmentos

Existe em tudo razão mas, não escolha
Não procuro porque não quero encontrar
Quero apenas vagar e voar
Flutuando na realidade do irreal como uma bolha.

Todos têm uma chance de mudar
Mas, ninguém quer passar pela dor
De arrancar de si próprio
Aquilo que aos olhos alheios é impróprio.


02 Viagem

Aqui apenas de passagem
Como numa viagem
Passando, gostando e rindo

Num novo céu brilhante
Lindo como diamante
Um pôr do sol diferente
Como luzes reluzentes

Todo amanhecer é diferente
Neste lugar ele é condizente
Como uma nova alva
Que chega sem mengalva




03 Somos normais?

Caminhões, carros, motos vão
Como em busca de sião
Parecendo uma bola a rolar
Imaginando-se que possa a morte burlar

Corre, corre, para chegar
Mas, as vezes tem que ficar
Passa gente, passa animais
Quem diria? Somos normais?

O pensamento vai
Mas, logo vem
A realidade cai
E, está tudo bem





04 Nuvens encobertas

Pontes, asfalto, tudo passa
Mas, o ser humano agrassa
Quem entende-lo-á?
Posto que tu não há

Existe rota sem fim?
Ou fim sem rota?
Estamos presos ao marfim
Este nunca brota

pensa-se numa solução
que é uma confissão
em mentes abertas
mas, as nuvens estão encobertas...




05 Inspira e respira

Longe, muito longe
Vejo ali um monge
Que inspira
E, respira

A vida segue
O mundo persegue
Seu rumo, seu objetivo
Alcançando seu motivo

Chegando, partindo, indo
Sempre ouvindo
Pássaros, sons, sussurros
Onde não existe muros





06 Incerteza muda

Um grupo de homens reunidos em pernambuco
Com pés de macuco
O que fazem?
O que pensam? Pensem?

É possível penetrar na mente?
Perguntar, talvez, somente
O ser humano mente
E, fica contente

Inflama-se a curiosidade
Navega-se na dúvida
Viaja-se na incerteza muda
Termina-se na realidade




07 Eu

Andando, cantando e pensando
Em seus lábios
Sigo em frente, sempre esperando
Rever seus olhos sábios

Lábios de cor
Onde encontro um sabor
Uma mistura de franboeza e aniz
Neles meus sonhos fiz

Dirigindo os momentos que fazem um dia triste
Em meu caminhão
Penso em ti, a todo instante
Pois moras em meu coração



08 Tigre real

Procisão de cinzas em dia vermelho
Tudo rapidamente ficou rocho
Como se a vida e a morte de pancho
Fosse carmezim real ou seco milho

O rei disse voa tigre real
Corre por seu ideal
Pois, quando olhares atrás
Verás que a guerra findou seu sonho de paz

Corre também pela sua moral
Que alguém não quer preservá-la
E, muitos querem vê-la numa vala
Assim, tu perceberás que és mortal ...


09 Real e verdadeiro

Triste passado de um mundon alegre
Onde brincavamos ao léu
Num espaço totalmente binegre
Ricos e pobres unificados pelo véu

Passáros voando livremente
Num céu azul brilhante
Como se fosse somente deles
Sem pensar nos males

De um futuro próximo
Que chegou como um trovão
Pipocado non oriente e visto non ocidente
Imperceptível mas, real e verdadeiro


10 Beija-me

Beija minha mão por respeito
Beija minha face em alento
Beija meu pé
Beija minha alma pela fé

Brisa que vem
Brisa que vai
Brisa que sai
Brisa do bem

Beija-me por amor
Beija-me sem impor
Beija-me com fervor
Beija-me sem rancor


11 Mundo sem nome

A alma é surda
A vergonha é muda
O coração é a poda
Daquele que não tem nada

Uma rosa num túmulo
É uma borboleta num casulo
Uma mão encolhida
Frusta o sonho da vida

Mostra a tua face
Num mundo sem nome
Que, de tudo tem fome
Perseberás então que algo nasce...


12 Questões

Mandais o que a ti?
Esperais o quê?
Quem espera por ti?
Num universo sem por quê?

Doçuras e prazeres
Numa vida única
Tu podes ter ao prostares
Diante daquele que tudo multiplica

Tudo transforma
Tudo retorna
Responde as questões
Resolve as equações


13 Justa peleja

Amor busque novas partes, novo horizonte
Matar-me queres, assim como o sol é brilhante
E, não nega a ninguém o seu brilho
Como tirarás-me algo que não tenho?

Olha bem em volta e veja
O que esperais de uma justa peleja?
Onde o justo é a injustiça
E, o vencedor é o vencido

Caminhando em bravo mar
Procurando um perfeito par
Uma alma profunda
É uma pena escrevente que não afunda


14 – Espiritualidade da matéria

Língua má é uma peçonha
Serpenge grande e sem vergonha
Tudo que encontra, pensa que é comida
E, a todos se diz sabida

Quem paga para ver
Precisa crer
Que a morte é só
Um punhado de pó

Esta é a espiritualidade da matéria
A encarnação do ser
Que um dia viria
Resgatar aqueles que nele crer.


15 – Quem és tu?

És uma sombra?
Um viajante de eras diferentes?
Uma larva? Ou uma cobra?
Existe algum segredo cósmico em teus dentes?

O que vibra em tua alma?
Tudo pode ser apenas uma calma
Da ilusão de ser diferente
Quen procura um arrente

Para seguir na sombra da morte
Tal qual o planeta marte
Rondando o sonho inocente
De alguém muito carente


16 – Cofre

Dentro de cada alma existe um cofre
Com segredos incontáveis
Capazes de acionar misséis
E perfurar qualquer peça de cobre

Quem possue a chave?
Quem poderia resolver o entrave
Ou revelar o conteudo dele
Como uma leve pele

Diz-se que pensar nisto
Seria loucar-se
Dentro de um grande labirinto misto
Ou apenas esquivar-se.


17 – Voar para longe

Aquilo que muito não quero
É algo que me está perto
Como a fazer um parto
Num sentido inverso, um êxtase puro

A alma geme e chora
Por aquilo que foi embora
Como um vento forte
Produzindo a arte

Penso muito forte
Em voar para longe
Em busca de algo distante
Ou um porto que minha alma abrange


18 – Feliz lida

Será que devemos tremer?
Ou o mundo temer?
O fogo derrete a neve
E a vida é sempre breve

Numa curva da vida
Se perde a feliz lida
Volta-se ao início
Em outra curva o pré-lício

De uma nova etapa
A procura de um amor puro
sem máscara e sem capa
Confiável, refinado como ouro



19 – Alvíceras almas

Almas em aflições
Gemem ao lembrar de suas ações
Ao ouvir suas canções
Revendo as emoções

Num limbo sem esperança
Sem possibilidade de retorno
Nem mesmo um encontro
Com aquilo que é de graça

Alviceras almas
De diversas formas
Numa busca incessante
Pela tenra e bela semente


20 – Cruzador

Cruzador de todos os mares
Tu não encontra lares
Ouvi-se apenas o interior
De alguém, ou algo superior

Buscas as casas
Em águas infundáveis
Que vivem seres amáveis
Cobertos de ternuras e asas

Continua o teu caminho
Em busca de um mundo
Onde possas repousar
Ou apenas passar.

21 – Guerra infinita

Semeai, semeai boas lembranças
Regai-as com boas lágrimas
Com cristais e sais de chavanças
E, também essência de palmas

Vinde, vinde e comprai
Sem dinheiro e sem débito
Aquilo que o desejo é sabido
Oh, pensamento aparar-te-ei

Corre, corre sem parar
Não pare de andar
A guerra é infinita
Mas, a causa pode ser bendita


22 – Finito fatal

Lume das estrelas do universo
Tu cabes em meu verso
Mas, o mistério é incerto
Tal qual um belo concerto

Vagalume, venha e me ilumine
Para que eu possa ver
E, enxergar o universo sublime
Que nenhum mortal pode ter

Cria-se mares e mitos
Porém, o que é o ser mortal?
Uma breve reunião de ventos?
Ou apenas um finito faltal? ...


23 – Além

Quem pode de ti fugir?
Tendo a menina dos olhos
Presa em teu agir
Que tudo se torna em frangalhos

Tudo em ti reina
Firme, como quem namora
Uma bela senhora
Que encanta e tudo enfaina

Além, muito além
Existe algo ou alguém
Puro de alma
Onde o sol transpassa e acalma


24 – Sol novo

Olhos belos e firmes, puro engano
Vitória é o teu destino
Sabido está quem és
Tudo posto num só viés

A grande vitória não é vencer
É tudo que está a volta perceber
E, a cada dia renascer
Num sol novo, junto ao alvorecer

Ter uma visão soberana
Mesmo na mais profunda escuridão
Sentir águas claras e ter uma cabana
Onde os olhos descansam, vendo uma nova canção.


25 – Insensatez sensata
O tempo vinga o suspiro do passado
Na alma da esperança futura
No lume da lua feito um fado
Retratado na certeza da dúvida

Flutuando no infinito incerto
Onde o errado está latente
Caminhando na imensidão do consciente
Voando em busca do acerto

Onde a alma forçadamente caminha
Para a glória da vida inglória
Velejando para o tenro ninho
Da simples forma da matéria.


26 – Mundo de Carlito
Ao infinito
No universo desconhecido
Onde o sereno já havia amanhecido
No mundo de Carlito

Contracenando com seres
Que demonstram ter poderes
Coragem, força, disposição
Mas, nenhuma compaixão

Correndo em busca dos desejados
Momentos de paz
Tocando-se em muitas tenaz
Corroborou-se que Carlito era desprezado


27 – O trem

O trem que vai passar
Vai charfunar
Vai arremessar
Vai te alcançar

Corre, voa
Que elevem
Seu nome: o trem
Que vai para o além

O que esperas?
O que desejas?
O que serás?
Quando o trem chegar? ...


28 – O som do infinito

Embarcando numa flutuação
Em busca de uma nova canção
Ouvindo o som do infinito
Onde tudo é bonito

Depois do dia derradeiro
Encontra-se o verdadeiro
Aquele que era, que é e que há de vir
Oferecer o porvir

A todos que tem a capacidade de ouvir
O som do infinito
Chamando e clamando
Eis-me aqui ...

29 – Não querem ver

Quebrou-se as regras
Findou-se as formas
Exaltando-se as almas
Procura-se as normas

Iluminou-se o universo
Gerou-se as vidas
Num mundo complexo
De seres polidos

De tal maneira reconhecidos
Como a obra máxima
De uma criação perfeita
Onde os olhos não querem ver


30 – Ergástulo

O homem aprisiona o pássaro
Somente pela inveja de sua liberdade
Trancafia o pobre animal num navaro
E ainda tem prazer em seu canto de lamento, como se fosse verdade

O irracional não é burro e, a cada novo dia
Voa pensando estar livre
E, esbarra em grades e covardia
De um ser que não devia

Nem pensar em tamanha façanha
Porque o criador o fez igual
E tal ato o leva a conduzir seus atos
Como se fosse um ser alado; próprio do ergástulo ...


31 – Todo poderoso
Luzes que brilham num mundo sem brilho
Onde homens e mulheres vivem sem brio
Vagando em busca de tudo que é nada
Flutuando em ondas de fornada

Buscando ideais de conquistas
Que nunca souberam o que é
Enxergam tudo como se fossem portas
Abertas por eles mesmos através da fé

Naufragam cada dia mais fundo
Num mar profundo
Onde tudo é escabroso
E, só pode ser mudado pelo todo poderoso


32 – Onde está a verdade?

Trezentos dias
Sem mudar as vias
Com ensinamentos passados
Para neurônios calcados

Por idéias de um passado recente
Que está sempre presente
Num mundo ausente
Gravado no infinito alento

De mudanças e forças
Alheias a própria vontade
Incompreendido por muitos
Onde está a verdade? Nos afoitos? ...


33 – vidas profanas

Voando e flutuando
Sigo cantando
As injurias passando
O futuro avançando

O presente procurando
Fixando o nirvana
Que o tempo engana
Com uma praia e uma cabana

Areias de cristais
Casas de vitrais
Roupas bacanas
E, vidas profanas


34 – Jardim

Jardim do edem
Jardim de vida fácil
Jardim de tudo dócil
Jardim que as almas pedem

Jardim de paz
Jardim de luz
Jardim devidas
Jardim sem lidas

Jardim de encontro
Jardim de flores
Jardim de cores
Jardim dos verdadeiros amores

35 - Almas e vidas

Quem não nasce doido
A poluição o transforma
Como uma súbita forma
Veloz como o dado

De um jogador que engana
A si próprio pensando
Estar uma fortuna ganhando
Que vai sua vida afundando

Num mar de dívidas
Sem voltas e sem retorno
Onde ilusão estão em todo entorno
Levando almas e vidas


36 - Luzes e formas

Ouve-se o chorar de vozes largadas
Por corpos que ainda emanam energias
Desperdiçadas por desejos
No subconsciente que lhes envia lampejos

De luzes e formas
Inconcebíveis e indecifráveis
Como uma transcendência irrealizada
De uma vida valorizada

Por atitudes e formas
Altruístas e elevadas
De faces iluminadas
Por sonhos e desejos regozijados


37 - Outras eras

Viestes de outras eras? Quem és?
Procedente do cósmico segredo
Surgistes num labaredo?
Qual é o teu segredo?

Porventura és uma sanguessuga?
Ou uma planta parasitária?
Proveniente de substancias contrárias

Das formas normais
Ou mesmo visuais
De seres informais


38 - Gente

Formas normais de vida
São como fogo que consome a palha
Em pouco tempo, és jovem ...
Logo tudo lhe foge

Como um relâmpago
Que brota na ocidente
E ecoa no oriente
Num tempo vigente

Como um raio X operante
Do amanha vigente
Enclausurado no poder regente
De uma forma que se chama gente


39 - Macbeths

Homens violentos e destemidos
Não temem a própria morte
Acreditam numa sorte
De megatérios obstinados

Em busca de sua existência
Autopsiando-se pela consciência
Que não nega
Aquilo que prega

Como se fossem dons de algo
Oriundos de algum fidalgo
Mas, nunca ouviram falar em beths
Ou de macbeths


40 - Marcas de paz

A peçonha deixa circunferências
Como marcas de sua estadia
Que poderá voltar um dia
Para rever as hortências

Deixadas para trás
Como marcas de paz
Num mundo onde se faz
Tudo que não satisfaz

Voa pensamento
Em busca do que é certo
Porque tudo está perto
Longe ecoa apenas o lamento


41 - Ovo noturno
O vício brota do ovo noturno
Pronto para ecrodir
Na mão incaltos
Seres desavisados

Almas puras que Salomão
Não quiseram escutar
Preferindo ouvir
Sombrias vozes

Que conseguem
Transformar as almas
Puras e livres
Mas. Todos tem escolhas ...


42 - Vida

O éter pode se condensar
Mas, na vida não pode esbarrar
Ela é o substrato
Real de vida

Decorrentes
Concorrentes
Incoerentes
De altos coerentes

Vida te quero
Vida de espero
Vida te anelo
Como um Carmelo


43 - Futilidades

Estrada cintilante
Como uma cobra brilhante
Avante alma bendita
Pois tua carne não fora vendida

Vagando no espaço imenso
No universo remando
De futilidades lúgubres
Seguindo o rumo ogres

Lampejos e lampejos de luzes
Incontáveis cores e sons
Pululando sem vozes
Ao brilho da luza cheia de íons


44 - Purezas e clarezas

O favo parecia amor
De ardente rubror
Reclinar-me-ei em que árvore?
Aquela que elabore

Uma onda do mar
Que alguém consiga esconder
Ela vai e ela vem como o ar
Impulsionando a vida à entender

Seu vôo de liberdade
No céu de infinidade
Tendo purezas e clarezas
De nuvens de vida


45 - Navio sem rumo

Navio sem rumo
Berço dos inconstantes
Daqueles deslumbrantes
Afagos de verão sem prumo

Viajando em aberto mar
Buscando o puro caviar
Compartilhando ondas
E balanços de lendas

Contadas por pescadores
De meretrizes pós túmulo
Em seu casulo
Onde o real e o irreal não passa de sabores